sábado, 21 de maio de 2011

Fiéis visitam Memorial de Irmã Dulce e revivem sua vida e obra

Ariane Fonseca
Enviada especial a Salvador

“Se Deus viesse à nossa porta, como seria recebido?” Essa é a frase que estampa um letreiro logo na entrada do Memorial de Irmã Dulce, freira baiana que será beatificada neste domingo, 22, no Parque de Exposições de Salvador. A expressão remete ao foco principal do trabalho feito pela religiosa: o cuidado e amor pelos pobres que, segundo ela, são o próprio Cristo.

De acordo com o assessor de Memória e Cultura das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), Osvaldo Gouveia, o espaço, criado em 1993, tem como objetivo registrar e preservar a trajetória do 'Anjo bom da Bahia'. “Logo após o falecimento de Irmã Dulce tivemos uma dúvida: A obra sobreviveria? Foi aí que vários amigos deram a ideia de juntar o que tínhamos dela e criar um memorial”, acrescentou.

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O prédio, anexo na sede da Osid, recebia cerca de quatro mil pessoas por mês até o final do ano passado. Em 2011, com a aproximação da beatificação, o número aumentou 40%. Somente nesta sexta-feira, o caderno registrou a marca de mais de 600 visitas.

O memorial guarda peças raras, como o hábito usado pela religiosa, fotografias, documentos e objetos pessoais. Entretanto, o que mais emociona os fiéis é o quarto de Irmã Dulce, onde está a cadeira na qual ela dormiu por mais de trinta anos por conta de uma promessa. Outros fatos marcantes da vida da Mãe dos Pobres são lembrados através de maquetes, livros, diplomas e medalhas. Entre as peças do acervo, está a imagem de Santo Antônio, do século XVIII, pertencente à família da religiosa, diante a qual ela costumava rezar.

O aposentado Antônio Fernando Dias, de 71 anos, veio com oito pessoas de sua família para a beatificação e aproveitou para mostrar o local para as filhas. Mesmo com câncer no fígado e contrariando as orientações médicas, não deixou de viajar cerca de 1.500 quilômetros para prestigiar esse momento importante para a Igreja no Brasil e pedir intercessão para a cura da sua doença.

A paixão de Dias pela futura beata nasceu em 1979, quando ele nem fazia ideia de quem era a religiosa. “Eu sofri um assalto e levei três tiros, inclusive um no coração. Quando estava caído no chão, vi a imagem de uma freira no teto da minha mercearia, em Brasília (DF). Todos achavam que eu estava morto, mas eu sobrevivi graças a Irmã Dulce”, testemunhou o aposentado, que só foi descobrir quem era a mulher que viu mais de dez anos depois. “Eu descobri quem era numa reportagem na TV, em 1990. Imediatamente arrumei minhas coisas e vim para Salvador conhecê-la pessoalmente. Desde então, ajudo as suas obras e visito anualmente a capital baiana para rezar”.

Lorival Nogueira, de Taubaté (SP), também conheceu a religiosa pela televisão e se apaixonou pelo seu trabalho. Não é a primeira vez que visita o memorial, mas admite que sempre que vem a Salvador passa no local para relembrar como foi a vida da freira e para rezar no seu túmulo, que fica próximo do prédio. “Admiro muito o trabalho dela. Irmã Dulce não ficou só em palavras, mas agiu. Eu me emociono vendo isso tudo, por isso faço questão de passar aqui quando venho a Salvador”.

Com entrada franca, o local está aberto de terça a sábado, no horário das 10h às 17h, e aos domingos, das 10h às 15h. O endereço do memorial é: Avenida Bonfim, 161, Largo de Roma.
Fonte: http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=281828




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