O Senhor Jesus, durante Seu ministério
terreno, orou por muitas pessoas perturbadas por espíritos imundos.
Muitas vezes, expulsou demônios de pessoas religiosas, frequentadoras
das reuniões nas sinagogas, como aquela mulher que há dezoito anos
sofria de paralisia. O espírito de enfermidade foi repreendido e a
mulher tornou a andar de forma correta (cf. Lc 13,10-17).
O Evangelho de hoje, após a narrativa do
chamado dos primeiros discípulos evangelistas, apresenta-nos esta
narrativa da expulsão de um espírito impuro na sinagoga. É o início de
uma série de conflitos de Jesus com o rígido sistema religioso judaico,
com sua ideologia da superioridade de Israel e o desprezo aos demais
povos. O conflito final se dará no confronto com as autoridades máximas
no Templo de Jerusalém.
Na narrativa, há quatro menções ao
ensinamento de Jesus. Com seu ensinamento novo, Jesus causa admiração
por sua prática libertadora da doutrina legalista, elitista e excludente
dos escribas, a qual se apossa dos fiéis como um espírito impuro. O
Senhor, que a todos ensina por meio de Sua prática, toca os corações com
Seu amor misericordioso e acolhedor, expulsando deles aquele espírito
impuro e libertando-os. É a mudança que vem pela Palavra libertadora e
que orienta para uma nova prática nas comunidades.
A libertação é uma necessidade da Igreja,
pois todos os que buscam Deus estão à procura de um socorro, seja a
cura de uma doença ou enfermidade, seja o livramento de um vício, de uma
perturbação, medo, depressão, angústia ou de qualquer outro mal. Ao
entrar em uma igreja, o necessitado precisa encontrar o alívio que veio
buscar, ter um verdadeiro encontro com o Pai.
A beleza do lugar, a liturgia ou qualquer
dos atributos da Igreja devem ser coisas a ser contempladas após a
libertação. Só os verdadeiramente libertos podem louvar ao Senhor de
todo o coração. Não se pode dizer: “Sirvo a um Deus vivo que liberta” e
viver perturbado, tendo visões de vultos e a doença como uma constante
na vida. É bom lembrar também, que todo aquele que busca a bênção de
Deus deve crer que “Ele” existe (Hebreus 11,6), pois “tudo é possível ao
que crê” (Mc 9,23); porém, a Igreja deve crer e aceitar a promessa do
Senhor e buscar vivê-la.
A expulsão de demônios não é tão somente
um ministério como alguns afirmam que seja. Trata-se, na verdade, do
primeiro passo na obra de libertação, está incluso no “ide e pregai” (Mc
16,1). É uma ordem e não um pedido ou um ato facultativo a alguns que
creem. É uma ordem taxativa. Ordem esta que é cumprida por todos aqueles
que estão qualificados no critério “crê em mim”. Temos observado
inúmeras pessoas que viviam doentes, tristes, depressivas, oprimidas,
serem libertas após a oração da fé.
Os espíritos malignos convulsionam, caem
por terra, são dominados e finalmente expulsos em Nome do Senhor Jesus
Cristo. O poder de Deus está onde há pessoas que creem, os demônios se
manifestam diante do poder do Nome de Jesus. Muitas vezes, mesmo antes
da chamada “oração forte” feita com fé e em Nome de Jesus, a libertação é
necessária, porque é certo que os males proveem de espíritos malignos,
portanto, expulsos os demônios, o homem pode caminhar para grandes e
poderosas bênçãos de Deus, o nosso Pai.
Padre Bantu Mendonça
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